domingo, 7 de fevereiro de 2010

Cão da pradaria pode ter a linguagem mais avançada do mundo animal



O cão da pradaria de cauda curta (Cynomys gunnisoni) pode ter a linguagem mais sofisticada do mundo animal, de acordo com Con Slobodchikoff, investigador do departamento de Biologia da Northern Arizona University que estuda há vários anos o reportório vocal deste pequeno roedor.

De acordo com o investigador, com um único latido, o cão da pradaria de cauda curta consegue alertar sobre o tipo e a direcção de um predador. Caso esta descoberta seja confirmada por estudos mais complexos, poder-se-á dizer que estes roedores comunicam entre si de uma forma mais complexa do que os macacos ou os golfinhos.
Para realizar a sua investigação, Slobodchikoff, juntamente com a sua equipa, acompanhou ao longo de 30 anos estes animais, gravando os seus sons em diferentes circunstâncias. Além disso, foram realizadas diversas experiências, em que os investigadores apresentavam diferentes modelos de predadores, como coiotes, falcões ou texugos, e gravavam as diferentes respostas dos cães da pradaria perante estes animais.

"Cães da pradaria têm a linguagem natural mais complexa descodificada até agora. Têm palavras para diferentes predadores e para descrever as características individuais de predadores diferentes, por isso é uma língua muito complexa, que tem muitos elementos", afirmou Slobodchikoff.

Os investigadores consideram que, por estes roedores enfrentarem tantos predadores, desenvolveram sons diferentes para qualificá-los, usando latidos que contêm números diferentes de vocalizações rítmicas e modulações de frequência. Deste modo, verificaram que, apesar de os cães da pradaria terem tonalidades vocais diferentes, tal como os humanos, usam as mesmas “palavras” para descrever os mesmos predadores, permitindo que o alarme seja entendido pelo resto da colónia.

Segundo Slobodchikoff, um único latido poderia significar “coiote magro ao longe, movendo-se rapidamente em direcção à colónia”, consoante a variação da modulação e da harmonia do latido, transmitindo-se assim informações sobre cor, tamanho, direcção e velocidade de um predador.

Num documentário exibido pela BBC, Slobodchikoff revela as suas conclusões, demonstrando que o latido do cão da pradaria é diferente para alertar para a ameaça de um texugo ou de coiotes. Como os coiotes caçam de surpresa, os roedores responderam fugindo instantaneamente logo depois do alerta. Já quando se tratou da ameaça de um texugo, visto que estes cavam tocas, os cães da pradaria ficaram apenas vigilantes.


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