segunda-feira, 9 de abril de 2007

“Três centros de recuperação de animais selvagens fecham por falta de verbas.”

Três dos seis centros de recuperação de animais selvagens vão fechar em 2007, após o Instituto de Conservação da Natureza (ICN) pôr fim aos protocolos que mantinha com as associações ambientalistas que geriam estes locais. Com estes encerramentos, o ICN conta poupar 45 mil euros, justificando-os com cortes orçamentais.

Os responsáveis da Quercus e da Liga para a Protecção da Natureza (LPN) mostram-se preocupados com o destino dos animais, pois estes centros acolhiam metade dos 1200 animais recebidos em centros de recuperação, sendo 26% destas espécies ameaçadas.
Segundo o ambientalista Samuel Infante, responsável do Centro de Recuperação de animais selvagens de Castelo Branco “O Estado vai gastar muito mais dinheiro com o encerramento dos centros. Basta pensar no que se gasta em combustível para levar uma ave do Alentejo para o Algarve”.


Neste momento estão 20 animais sem destino nos centros de Castelo Branco e de Santo André (geridos pela Quercus), sendo necessário um “co-financiamento” público para os referidos centros.

Carlos Miguel Cruz, responsável pelo Centro de Acolhimento e Recuperação de Animais Silvestres, confirmou que este centro também encerrará por falta de verbas, visto que desde 2006 não recebem os 7.981 euros designados para este centro, acontecendo o mesmo com os centros geridos pela Quercus. Actualmente o Centro de Acolhimento e Recuperação de Animais Silvestres tem entre 30 a 40 aves protegidas (Grifos, Águias e Corujas), mas também recebia mamíferos (cerca de 10 por ano), tendo Carlos Miguel Cruz afirmado que estes serão reencaminhados para o ICN, pois é esta entidade que tutela as espécies protegidas.

Os ambientalistas da Quercus e da LPN afirmam-se surpreendidos com a decisão do ICN visto que estes centros se situam nas zonas onde existem mais espécies protegidas.
Apesar destas ocorrências o ICN afirma que não abandonou o apoio a centros de recuperação de animais selvagens e garante que os montantes em dívida serão pagos.

Adaptado de Público por João Pereira de Lima

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