segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Dois dos maiores físicos mundiais envolvem-se em polémica por causa do Acelerador de Partículas de Genebra


Dois dos mais famosos cientistas mundiais da actualidade, Peter Higgs e Stephen Hawking, estão envolvidos numa polémica a propósito da grande experiência destinada a reproduzir as condições físicas da origem do Universo, que começou a 10 de setembro em Genebra.

O Grande Acelerador de Partículas (LHC, em inglês) pode responder ao sonho de Higgs de ver confirmada a sua teoria sobre a existência da partícula com o seu nome, o bosão de Higgs. A existência do bosão de Higgs é prognosticada pelo modelo standard da física de partículas actual, ainda que não tenha sido possível até agora demonstrá-lo experimentalmente.

A teoria conhece-a como "a partícula de Deus" porque se a sua existência for provada - como se tenta fazer no acelerador de partículas de Genebra - a teoria do Big Bang, a de que a origem do universo foi uma grande explosão, será definitivamente provada.
Se se provar definitivamente a teoria de Higgs e se essa partícula sub-atómica for encontrada, este físico de 79 anos será encaminhado definitivamente para o prémio Nobel, distinção a que aspira também o seu rival Stephen Hawking, que em certa ocasião apostou cem dólares em como o bosão de Higgs não existe.

Em declarações à imprensa em Edimburgo, Higgs confessou quarta-feira que não tinha lido o último trabalho de Hawking, no qual este cientista de Oxford tenta provar que nunca se encontrará o suposto bosão de Higgs. Este afirmou que não acredita que o trabalho de Hawking seja um bom trabalho e criticou o seu colega por juntar teorias sobre a gravidade de uma forma que qualquer físico especializado nas partículas teóricas desaprovaria imediatamente, como considerou.
"Do ponto de vista da física das partículas e do ponto de vista da física quântica, temos de pôr algo mais na teoria do que a gravidade, e não creio que Stephen Hawking o tenha feito. Tenho fortes dúvidas sobre os seus cálculos", afirmou.

Segundo a versão do diário "The Times" da conferência de imprensa na capital escocesa, os outros membros do painel trataram de cortar as declarações de Higgs e deram a entender que este cientista tinha retirado do contexto as opiniões de Hawking, segundo as quais o LHC pode provar a existência de outras partículas, mas não a do bosão de Higgs.
Em resposta a outras questões, Higgs desvalorizou os temores expressos por alguns no sentido de que a experiência que acaba de começar no Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN) vá dar lugar a buracos negros que poderiam acabar com o mundo.
"São parvoíces. Creio que algumas das pessoas que tentaram impedir com requerimentos judiciais a experiência [de Genebra] deveriam ser mais sensatas. Sabemos que os buracos negros podem ser algo colossal na galáxia, mas neste caso tratam-se de buracos negros minúsculos, que se podem evaporar rapidamente", explicou.

Higgs concebeu a sua teoria sobre como as partículas sub-atómicas ganham massa há quarenta e quatro anos, altura em que redigiu um pequeno trabalho matemático para explicar a sua teoria, no qual descrevia o bosão que recebeu o seu nome.
Informação retirada do site: http://www.cienciahoje.pt/

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