Plantas Medicinais Antimaláricas usadas na medicina tradicional de S.Tomé e Príncepe
Na próxima Quinta-Feira dia 7 de Maio às 17 horas na sala 2.4.16 a professora Maria do Céu Madureira do Instituto Superior de Saúde Egas Muniz trará um tema de Etnobotanica a mais uma palestra NEBULis:
PLANTAS MEDICINAIS ANTIMALÁRICAS USADAS NA MEDICINA TRADICIONAL DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
Resumo: Tendo em conta o elevado número de casos de malária por P. falciparum resistente à cloroquina em STP, pretendemos dar o nosso contributo para a melhoria das condições de saúde da população, através da Investigação da Actividade Antimalárica de plantas medicinais usadas na Medicina Tradicional, e através do desenvolvimento de novos compostos que possam ser usados para o controlo da malária, nomeadamente compostos activos contra Plasmodium falciparum resistente à cloroquina.
Levou-se a cabo um estudo etnofarmacológico de 13 plantas medicinais usadas pelos terapeutas tradicionais de STP no tratamento de malária e/ou febres. Este estudo corroborou o uso tradicional da maioria das plantas medicinais, e a sua actividade farmacológica foi comprovada laboratorialmente. Foram igualmente realizados estudos fitoquímicos biodireccionados e ensaios de toxicidade nas plantas que apresentaram melhores resultados de actividade antimalárica.
A planta Tithonia diversifolia foi submetida a Ensaios Fitoquímicos , por ser a que apresentou os melhores resultados de actividade antimalárica e simultaneamente apresentar garantias de inocuidade, relativamente aos resultados de toxicidade, pelo que poderá servir de base para um futuro desenvolvimento de novos fármacos antimaláricos.
A malária é a mais importante doença parasitária das regiões tropicais. Nas últimas décadas tem-se vindo a assistir a um aumento e a uma disseminação alargada da resistência aos fármacos antimaláricos mais comuns, o que se torna ainda mais grave devido ao custo proibitivo de fármacos mais eficazes, para a grande maioria das populações destas áreas. Há uma necessidade urgente de novos compostos terapêuticos, facilmente acessíveis e de baixos custos. Uma das possíveis fontes destes tratamentos mais acessíveis poderá advir do estudo e desenvolvimento de medicamentos à base de plantas, utilizados localmente na medicina tradicional. De facto, o reconhecimento e a validação de práticas de medicina tradicional e a procura de agentes terapêuticos derivados de plantas, pode levar ao estabelecimento de novas estratégias no controlo da malária.
Com este nosso trabalho, propusemo-nos avaliar a actividade antimalárica de algumas das plantas medicinais mais usadas pelos terapeutas tradicionais de S. Tomé e Príncipe , país onde mais de dois terços da população vive em regiões onde a malária é endémica. Tendo em conta o elevado número de casos de malária por P. falciparum resistente à cloroquina em STP, levou-se a cabo um estudo farmacológico de 13 plantas usadas no tratamento de malária e/ou febres. Este estudo corroborou o uso tradicional da maioria das plantas medicinais, e a sua actividade farmacológica foi comprovada laboratorialmente. Foram igualmente realizados ensaios de toxicidade, utilizando metodologia recomendada pela OMS. A planta Tithonia diversifolia foi submetida a Ensaios Fitoquímicos , por ser a que apresentou os melhores resultados de actividade antimalárica e simultaneamente apresentar garantias de inocuidade, relativamente aos resultados de toxicidade, pelo que poderá servir de base para um futuro desenvolvimento de novos fármacos antimaláricos. Com os resultados obtidos foi possível isolar e identificar pela primeira vez o principal composto responsável pela actividade antimalárica da planta, a Tagitinina C , e foi determinada a respectiva actividade antiplasmódica contra estirpes de P. falciparum resistente à cloroquina.
Todos os resultados obtidos foram apresentados ao Ministério da Saúde de STP, antes da sua publicação ou apresentação em Congressos Internacionais, de forma a permitir uma futura utilização local de medicamentos eficazes, seguros e economicamente viáveis, e tentando garantir deste modo que os benefícios resultantes desta investigação possam ser aproveitados e usufruídos pela população e pelos terapeutas tradicionais que forneceram os conhecimentos tradicionais que serviram de base a este estudo.
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