Dezenas de flamingos voltam a pousar na baía do Seixal
Nos últimos dias, a baía do Seixal, no Estuário do Tejo, tem registado o maior número de flamingos dos últimos sete anos, um fenómeno justificado pela melhoria ambiental do ecossistema.
O aparecimento de flamingos na Baía do Seixal não é um fenómeno inédito, mas há cerca de sete anos que não se assistia ao aparecimento destas aves migratórias em tão grande número nesta zona.
Os flamingos pousaram pela primeira vez nesta baía em 1998, o que poderá justificar-se pela concretização da nova Etar (Estação de tratamento de águas residuais) de Fernão Ferro e da estação elevatória do Porto da Raposa, na Arrentela, o que provocou uma melhoria ambiental e do ecossistema propícias ao aparecimento deste tipo de aves.
Estas aves procuram ainda as zonas húmidas da Ponte da Fraternidade e os sapais de Corroios, Azinheira e Talaminho.
"Com o abrandamento das indústrias poluentes e construção de estações de tratamento de águas residuais assistimos a uma melhoria sensível da qualidade da água e consequentemente do alimento, a principal razão pela qual os flamingos procuram estes poisos", adiantou Manuel Lima, professor de ciências naturais e estudioso da fauna e flora no Concelho do Seixal.
Estima-se que existam no estuário do Tejo “entre seis a oito mil flamingos”.
Alcochete, Montijo, Moita, Barreiro ou até a zona do Parque das Nações e Póvoa de Santa Iria têm sido os locais privilegiados de chegada destas aves, sempre na altura do Outono ou Inverno.
"Na Primavera, procurarão outros poisos, porque os flamingos não nidificam aqui, põem os seus ovos preferencialmente em Málaga, Sul de França e Norte de África", explicou.
O desaparecimento temporário dos flamingos na Baía do Seixal poderá justificar-se, segundo Manuel Lima, pelo facto de, em 2001, algumas crianças terem perseguido e apedrejado os animais, "tentando vê-los voar, o que poderá ter afastado e ameaçado as aves".
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